O investidor brasileiro tem uma forte preferência por ativos locais, mesmo em comparação com outros países da América Latina, segundo Antonio Gonzales, chefe para a região do Private Bank do Citi. Em entrevista à Forbes Brasil, ele destacou que, em média, 70% dos recursos dos brasileiros estão alocados no país, enquanto no México, por exemplo, 70% estão dolarizados. Essa característica, chamada de ‘home bias’, representa um desafio para instituições internacionais que buscam expandir seus serviços de gestão de fortunas no Brasil.
Gonzales explicou que, apesar do mercado de capitais brasileiro ser desenvolvido e atrativo, a falta de diversificação pode ser um risco para grandes patrimônios. O Citi, que atua no Brasil há 110 anos, vê como missão educar os investidores sobre a importância de alocar recursos em moedas fortes e mercados globais, sem abandonar os ativos locais. A popularização do investimento no exterior nos últimos anos é vista como um avanço, mas ainda insuficiente.
O executivo também ressaltou que o momento de turbulência global exige planejamento e disciplina, evitando decisões impulsivas. Para o Citi, o foco no Brasil e no México se justifica pelo potencial dessas economias, mas a estratégia prioritária segue sendo o atendimento offshore, com serviços integrados para famílias com negócios e membros em múltiplos países.