A indústria cervejeira nos EUA está diante de um novo desafio: a ascensão das bebidas infundidas com THC, substância psicoativa da cannabis, que competem por espaço nas prateleiras e pelo paladar dos consumidores. Empresas como a New Realm Brewing Co., tradicionalmente focada em cervejas artesanais, já estão explorando esse mercado, lançando produtos como a Higher Realm e a Liquid Weed, que oferecem doses controladas de THC em formatos similares aos das bebidas alcoólicas. A decisão de entrar nesse segmento, no entanto, envolve não apenas questões regulatórias complexas, mas também dilemas éticos, já que alguns cervejeiros ainda veem a cannabis com ressalvas.
O crescimento desse mercado foi impulsionado por uma brecha legal no Farm Bill de 2018, que permitiu a comercialização de produtos derivados do cânhamo com baixos níveis de THC. Desde então, as vendas dessas bebidas dispararam, alcançando canais de distribuição tradicionais, como lojas de bebidas alcoólicas e e-commerce. Analistas projetam que o setor pode movimentar até US$ 5 bilhões até 2028, superando até mesmo as bebidas derivadas da maconha em estados onde ela é legalizada. No entanto, a falta de regulamentação clara e a possibilidade de mudanças na legislação deixam o futuro desse mercado incerto.
Enquanto algumas cervejarias veem nas bebidas de THC uma oportunidade para atrair consumidores que buscam alternativas ao álcool, outras hesitam em adotar um produto que ainda carrega estigmas. A discussão reflete uma mudança mais ampla nos hábitos de consumo, especialmente entre os jovens, que priorizam opções com menos calorias e efeitos colaterais. Enquanto o Congresso americano debate o futuro do Farm Bill, cervejeiros e investidores aguardam para ver se essa tendência se consolidará ou será interrompida por novas regras.