Um smartphone contrabandeado da Coreia do Norte revelou medidas extremas de vigilância impostas pelo regime ditatorial. O aparelho, que parece comum, monitora e corrige automaticamente termos considerados inadequados, como gírias sul-coreanas, substituindo-os por linguagem alinhada à ideologia do governo. Além disso, o dispositivo captura imagens da tela a cada cinco minutos, armazenando-as em pastas ocultas, presumivelmente acessíveis às autoridades.
O regime tem intensificado o controle sobre a população, criminalizando o uso de expressões ou sotaques sul-coreanos desde 2023. Grupos de fiscalização patrulham as ruas para reprimir comportamentos considerados inadequados, como roupas e penteados inspirados no estilo do país vizinho. Essas medidas são vistas como uma resposta às tentativas de infiltrar conteúdo estrangeiro, como dramas e músicas, que desafiam a narrativa oficial.
Especialistas alertam que o governo norte-coreano está ganhando vantagem na guerra informacional, usando a tecnologia para doutrinar cidadãos e manter o isolamento. Dissidentes relatam que o contato com mídia clandestina foi crucial para perceber as diferenças entre a vida dentro e fora do país. Apesar dos esforços para bloquear informações, transmissões de rádio e dispositivos contrabandeados continuam a circular, mostrando uma realidade alternativa àquela imposta pelo regime.