Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula, expressou preocupações sobre a iminência de um conflito global, destacando suas experiências em mais de 63 anos de carreira diplomática. Em entrevista à CNN, Amorim, de 83 anos, afirmou que o cenário atual, influenciado pelos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, é o mais perigoso que já presenciou, comparando até mesmo com a crise dos mísseis de Cuba. Ele enfatizou que a combinação de atores imprevisíveis e a possibilidade de as guerras se conectarem criam uma atmosfera propícia a uma escalada mundial, com potenciais impactos econômicos significativos, especialmente no preço do petróleo.
Amorim explicou que, ao contrário de conflitos anteriores, as guerras atuais envolvem múltiplos países com interesses divergentes, dificultando negociações diretas e rápidas. O envolvimento dos Estados Unidos no Oriente Médio e o prolongado conflito entre Rússia e Ucrânia criam um ambiente instável, com o risco de que uma faísca possa desencadear uma reação em cadeia. “Nunca vivi um momento tão perigoso”, afirmou Amorim, ressaltando que a comunicação entre líderes mundiais, essencial para evitar catástrofes no passado, está comprometida. Segundo ele, a dimensão religiosa dos conflitos adiciona um nível extra de complexidade, potencialmente atraindo mais países para o confronto.
O alerta de Amorim traz à tona preocupações sobre o futuro da estabilidade global e as tendências de polarização geopolítica. O ex-chanceler sugere que soluções diplomáticas urgentes sejam exploradas para impedir a escalada do conflito, destacando a importância de plataformas multilaterais e diálogo contínuo. Enquanto o mundo observa atentamente, líderes internacionais são desafiados a encontrar uma resolução pacífica para as tensões crescentes. A reflexão de Amorim deixa claro que, sem intervenção eficaz, o mundo pode enfrentar uma nova era de incertezas, alimentando debates sobre como evitar que a história se repita de forma trágica.