Uma idosa de 89 anos, natural do Ceará, superou desafios pessoais e históricos para se tornar escritora, publicando quatro livros baseados em suas vivências como mãe de santo, mulher negra e retirante da seca de 1958. Mesmo sem ter concluído o ensino fundamental, ela alcançou reconhecimento literário e foi finalista de um prêmio nacional. Sua trajetória começou quando seu neto decidiu registrar suas histórias, transformando memórias em obras publicadas.
A parceria entre a autora e seu neto resultou em títulos como “A Mística dos Encantados” e “Sonhaçu: as infâncias encantadas”, que retratam suas experiências e tradições culturais. O projeto surgiu em um momento delicado de saúde, quando o neto percebeu a importância de preservar suas narrativas. Ele destacou o compromisso ético de garantir que ela fosse reconhecida como autora das histórias, evitando apropriação indevida.
A indicação ao Prêmio Sim à Igualdade Racial 2025 na categoria Inspiração reforçou o impacto de sua obra, celebrando sua contribuição para a cultura e educação. Apesar de não ter vencido, a nomeação destacou a relevância de sua trajetória, que resgata memórias coletivas e promove representatividade. Sua história inspira ao mostrar que nunca é tarde para transformar vivências em arte e legado.