As Cavalhadas, manifestação cultural baseada nas histórias de expansão territorial na Península Ibérica, recriam o embate entre mouros e cristãos, revelando nuances desse conflito épico. A narrativa também se entrelaça com tradições católicas, como a missa dos santos inocentes em 26 de dezembro, que rememora a profecia sobre o nascimento de Jesus Cristo e a transformação dos soldados de Herodes, que passaram de perseguidores a protetores do cristianismo. Essas histórias, repletas de simbolismo, reforçam a importância da preservação cultural.
Outra versão do conflito entre mouros e cristãos lembra a Guerra de Tróia, com um príncipe mouro que se apaixona por uma princesa cristã e a rapta, desencadeando uma batalha entre os exércitos. Embora o desfecho não seja trágico como em Romeu e Julieta ou épico como em Helena de Troia, essas narrativas alimentam o imaginário popular e se tornaram parte do patrimônio imaterial brasileiro. A tradição oral, assim, surge como uma ferramenta vital para manter vivos os valores e as histórias que moldam uma nação.
Diante do avanço das mídias digitais e da inteligência artificial, resgatar essas tradições representa um desafio, mas também uma oportunidade para reafirmar a humanidade por meio da cultura. O Projeto Goianins, cuja mostra se estende até 20 de junho, celebra essa conexão, convidando o público a vivenciar e preservar essas narrativas. A iniciativa reforça a ideia de que, mesmo em um mundo acelerado, as histórias orais continuam sendo um elo essencial com o passado e um legado para o futuro.