Com a proximidade do inverno, dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam um crescimento acelerado de doenças respiratórias no Brasil, especialmente a influenza A, que já supera a covid-19 como principal causa de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos. Vírus como o Sincicial Respiratório (VSR) e a influenza são altamente contagiosos e podem levar a complicações graves em pessoas acima de 60 anos, principalmente aquelas com comorbidades. Até o início de maio, o país registrou 24.571 hospitalizações por SRAG, sendo 50% dos casos atribuídos ao VSR nas quatro semanas anteriores, segundo o Boletim Epidemiológico InfoGripe da Fiocruz.
Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que o sistema imunológico dos idosos se torna menos eficaz com o avanço da idade, aumentando a suscetibilidade a quadros graves. Doenças crônicas como cardiopatias, DPOC, asma e diabetes elevam o risco de complicações, podendo levar a hospitalizações prolongadas e até à morte. Um estudo da Fiocruz revela que a taxa de letalidade por VSR em idosos atingiu 26% na última década, sendo 20 vezes maior do que em crianças.
Como medida preventiva, a vacinação é destacada como uma das estratégias mais eficazes para proteger a população idosa. Além disso, recomenda-se a adoção de medidas como lavar as mãos frequentemente, usar máscara em caso de sintomas gripais, manter ambientes ventilados e evitar aglomerações. Um em cada três idosos internados por vírus respiratórios relata perda de funcionalidade após a alta, impactando sua qualidade de vida e autonomia.