Campinas, no interior de São Paulo, registra uma epidemia de dengue alarmante, com 39,9 mil casos confirmados e 11 mortes em 2025, conforme dados da Secretaria de Saúde. A cidade se aproxima de seu terceiro pior surto da doença, superando os números de 2014, quando foram diagnosticados 42,4 mil moradores. Em 2024, Campinas experimentou um pico devastador, com 121,9 mil infectados e 92 óbitos. Este cenário crítico é intensificado pela circulação simultânea de três sorotipos do vírus, um fenômeno inédito, e por uma série de ondas de calor que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
A combinação de fatores climáticos e epidemiológicos apresenta um desafio sem precedentes para as autoridades de saúde. Segundo especialistas, a coexistência de diferentes sorotipos do vírus aumenta a gravidade da doença e a possibilidade de novas infecções, complicando os esforços de controle. Além disso, as altas temperaturas e a falta de chuvas causam acúmulo de água em locais inadequados, criando ambientes propícios para a reprodução do mosquito. A Secretaria de Saúde ressalta a importância de ações preventivas contínuas, como a verificação semanal de áreas residenciais para eliminar criadouros. A conscientização da população é fundamental para prevenir a exacerbação da epidemia, que coloca em risco não apenas a saúde pública, mas também a capacidade do sistema de saúde local.
À medida que a epidemia avança, as implicações para Campinas e regiões circunvizinhas se tornam mais preocupantes. Especialistas alertam que, se a situação não for controlada, a cidade pode enfrentar um aumento expressivo de casos nos próximos meses, especialmente com a proximidade do verão. As autoridades planejam intensificar campanhas de conscientização e mobilização social, mas o sucesso dessas iniciativas depende da colaboração ativa da população. Considerando os padrões de infecção e os desafios climáticos, o cenário futuro exige uma abordagem integrada, que não apenas trate os casos existentes, mas também implemente medidas sustentáveis de prevenção. A reflexão sobre a responsabilidade coletiva no combate à dengue se torna cada vez mais urgente, à medida que os efeitos das mudanças climáticas se entrelaçam com a saúde pública.