A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira o requerimento de urgência para um projeto que revoga o decreto do governo que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, publicada na semana passada, enfrenta resistência até mesmo entre parlamentares da base aliada, que criticam o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A insatisfação com o ritmo de liberação de emendas parlamentares também contribui para a pressão do Legislativo sobre o Executivo.
Com a urgência aprovada, o projeto pode ser votado diretamente em plenário, sem análise prévia das comissões. Apesar da movimentação de parte dos deputados para votar o mérito ainda nesta semana, líderes da Câmara informaram ao governo que apenas a urgência seria apreciada agora. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), liberou a base governista para votar conforme suas convicções, diante do risco de derrota.
O decreto do IOF só deve ser discutido novamente daqui a duas semanas, devido ao recesso parlamentar motivado pelas festas juninas e por um evento em Portugal. O governo busca aproveitar esse período para negociar com o Congresso e resolver o impasse nas contas públicas, além de agilizar a liberação de emendas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já manifestou críticas ao pacote fiscal, afirmando que ele não será bem recebido pelo setor produtivo nem pelo Legislativo.