Os países do Brics estão intensificando as discussões sobre cooperação tecnológica em inteligência artificial (IA), com o objetivo de aproveitar o potencial do bloco, que reúne mais de 40% da população mundial. A iniciativa visa impulsionar soluções inovadoras em setores estratégicos como saúde, educação e agricultura, buscando melhorar as condições de vida e reduzir desigualdades sociais. Especialistas destacam, no entanto, que os desafios históricos — como inclusão digital e garantia de direitos fundamentais — ainda são obstáculos significativos.
Diversos membros do Brics, como China, Rússia, Índia e África do Sul, já avançaram na regulamentação da IA, estabelecendo marcos legais para o desenvolvimento responsável da tecnologia. No Brasil, um projeto de lei sobre o tema foi aprovado pelo Senado e será analisado por uma comissão especial na Câmara dos Deputados. A proposta busca alinhar o país aos padrões globais e fortalecer a indústria nacional, com o objetivo de posicionar o Brasil não apenas como consumidor, mas como produtor de inovações em IA.
Especialistas enfatizam a necessidade de equilibrar inovação e regulação, garantindo transparência, equidade e responsabilidade no uso da IA. A cooperação entre os países do Brics é vista como uma oportunidade única para que economias emergentes liderem o desenvolvimento global da tecnologia, desde que haja investimentos em pesquisa e infraestrutura digital. O bloco tem potencial para se tornar referência em IA inclusiva e responsável, desde que supere desafios estruturais e históricos.