O engenheiro brasileiro Guilherme Constantino, natural de Taubaté (SP), teve seu voo de volta ao Brasil cancelado após um ataque com mísseis do Irã a uma base militar dos Estados Unidos em Doha, capital do Catar, nesta segunda-feira (23). Constantino estava prestes a deixar o hotel rumo ao aeroporto quando presenciou luzes no céu seguidas de explosões, confirmando que se tratava de uma ofensiva militar. Todos os voos foram suspensos pelas autoridades locais, e o brasileiro permanece abrigado sem previsão de retorno ao país. O episódio gerou preocupação entre brasileiros no Oriente Médio e mobilizou o Itamaraty, que acompanha a situação de seus cidadãos na região.
Segundo Constantino, a experiência foi “paralisante” e envolveu momentos de pânico e incerteza. “Achei que era uma estrela-cadente, mas logo vieram os estouros”, disse. Ele viajou ao Catar no início de junho para participar de um evento técnico de engenharia e produção. A escalada do conflito entre Irã e Estados Unidos tem ampliado os riscos para civis em países aliados, como o Catar, que abriga uma das maiores bases militares americanas fora do território norte-americano. Especialistas em geopolítica alertam para o aumento da tensão na região, o que pode afetar não apenas a segurança, mas também o tráfego aéreo e as relações diplomáticas entre países.
Com os voos suspensos e sem perspectiva de retomada, o brasileiro aguarda instruções da companhia aérea e apoio do consulado. O episódio ilustra como conflitos internacionais podem impactar diretamente cidadãos comuns, mesmo fora das zonas de combate tradicionais. A tendência é de que novas medidas de segurança sejam adotadas nos aeroportos do Golfo Pérsico, além de uma possível reorganização de rotas aéreas comerciais. Enquanto governos monitoram a instabilidade no Oriente Médio, brasileiros retidos como Constantino enfrentam dias de incerteza e ansiedade, aguardando uma solução em meio à escalada militar.