A jornalista Janinne Souza Veloso, de 43 anos, natural de Rio Verde (GO), descreveu momentos de pânico vividos em Doha, capital do Catar, após uma série de ataques com mísseis lançados pelo Irã na noite desta segunda-feira (23), horário local. Segundo ela, as explosões foram audíveis da própria residência e causaram tremores perceptíveis. Imagens gravadas por Janinne mostram projéteis cruzando o céu, enquanto moradores buscavam abrigo. O espaço aéreo do país foi imediatamente fechado, gerando caos entre estrangeiros e residentes. O clima de insegurança se intensificou com a falta de informações oficiais, agravando a tensão na região do Golfo.
De acordo com Janinne, até o momento do ataque, não havia orientações claras por parte das autoridades locais ou da embaixada brasileira. A comunicação, segundo ela, tem ocorrido majoritariamente por meio de redes sociais e alertas informais entre moradores e estrangeiros. Para se manter informada, a jornalista tem seguido as diretrizes da embaixada britânica, que, pouco antes do bombardeio, recomendou que os residentes permanecessem em casa. O ataque ocorre em meio a uma escalada de tensões entre Irã e aliados ocidentais, reacendendo receios sobre a estabilidade regional e colocando em alerta países vizinhos como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Especialistas em geopolítica afirmam que a ofensiva iraniana pode desencadear represálias e afetar diretamente rotas aéreas e comerciais no Oriente Médio. Para brasileiros como Janinne, que vivem na região, a expectativa é por uma atuação mais ativa das autoridades diplomáticas do Brasil, com orientações claras e suporte em caso de evacuação. A situação também lança luz sobre a vulnerabilidade de populações civis em zonas de conflito e levanta questões sobre a preparação dos governos para proteger seus cidadãos no exterior. Com as tensões persistindo, a comunidade internacional acompanha com apreensão os próximos desdobramentos.