Um dos episódios mais marcantes da participação do Brasil na Copa do Mundo de 1958 ocorreu entre a semifinal contra a França, em 24 de junho, e a final contra a Suécia, no dia 29. Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira, esperava que os suecos abrissem mão de seu uniforme principal amarelo para evitar conflito de cores, mas a negociação fracassou, levando a um sorteio que o Brasil perdeu.
Com a necessidade de usar o uniforme reserva, Carvalho rejeitou a camisa branca, associada ao trauma da derrota na final de 1950 no Maracanã. A solução veio com o azul, cor que até então era pouco utilizada pela seleção. O jornalista esportivo José Roberto Torero relata que o azul foi escolhido por ser a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, em uma decisão que misturou estratégia e simbolismo.
O improvável uniforme azul entrou para a história como um marco da campanha vitoriosa do Brasil na Suécia. A vitória por 5 a 2 contra os anfitriões consagrou não apenas o primeiro título mundial da seleção, mas também transformou a camisa azul em um símbolo de superação, rompendo com o fantasma de 1950 e iniciando uma nova era para o futebol brasileiro.