Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado negativamente no cenário global de cibersegurança, ocupando o segundo lugar em número de ataques cibernéticos em 2024, com mais de 700 milhões de incidentes registrados. Setores como telecomunicações, transporte de cargas e processamento de dados foram os mais visados, revelando vulnerabilidades críticas em infraestruturas públicas e privadas. Entre os casos mais emblemáticos estão o vazamento de dados de 223 milhões de brasileiros em 2021, ataques a tribunais como o STJ e o TJ-RS com ransomware, e fraudes financeiras como o desvio de R$ 15 milhões do sistema Siafi em 2024.
A análise desses incidentes aponta falhas recorrentes, como a falta de criptografia adequada, políticas de acesso restrito e monitoramento contínuo. Medidas como autenticação multifatorial, segmentação de redes, backups imutáveis e conformidade com a LGPD poderiam ter mitigado os danos. O setor financeiro e o Judiciário, alvos frequentes, demandam investimentos urgentes em tecnologias como XDR (Extended Detection and Response) e treinamento contra phishing para funcionários.
Diante desse cenário, especialistas defendem uma estratégia nacional coordenada, incluindo a adoção de normas como ISO/IEC 27001, campanhas de educação digital e fortalecimento de políticas públicas. Eventos como o CNPPD 2025 buscam promover o debate sobre privacidade e soberania digital. A colaboração entre governo, empresas e sociedade civil é vista como essencial para reduzir os riscos e proteger dados sensíveis em um ambiente digital cada vez mais hostil.