Em meio a dificuldades para aprovar medidas fiscais, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma proposta de corte de gastos tributários. Nesta terça-feira (24), a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgará um relatório crucial, destacando que apenas reformas estruturais podem evitar uma crise fiscal severa em 2027. O documento alerta que, sem essas reformas, o Brasil enfrentará um 2026 desafiador, com a meta fiscal deste ano sendo cumprida por um triz. Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, ressalta que o orçamento de 2027 poderá ficar estrangulado, comprometendo investimentos e serviços essenciais.
A análise da IFI indica que as medidas atuais do governo são paliativas e enfrentam resistência significativa. O déficit primário deste ano deve alcançar 0,66% do PIB, considerando o pagamento de precatórios. Contudo, o governo poderá descontar essas despesas do cálculo da meta fiscal, ajustando o déficit para 0,23% do PIB, próximo ao limite permitido de 0,25%. A situação é agravada pelo aumento das despesas e a previsão de queda nas receitas, com a receita primária líquida projetada para atingir 18,3% do PIB. Conforme Pestana, sem reformas profundas, a realidade fiscal se tornará insustentável.
O futuro fiscal do Brasil depende de reformas que ainda enfrentam resistência política e social, mas são vistas como inevitáveis por especialistas. A necessidade de ajustes estruturais reflete um padrão recorrente na economia brasileira, onde soluções de curto prazo frequentemente falham em proporcionar estabilidade duradoura. A expectativa é que o governo tenha que enfrentar debates acalorados no Congresso para implementar essas reformas. Olhando adiante, a sociedade brasileira precisará considerar o impacto dessas decisões em áreas críticas, como infraestrutura e serviços públicos, enquanto busca um equilíbrio entre austeridade e crescimento econômico sustentável.