Nos últimos dez anos, o Brasil emergiu como um dos líderes globais em energias renováveis, com destaque para a eólica e solar, que hoje representam a segunda e terceira maiores fontes da matriz energética nacional. O Nordeste, antes deficitário em eletricidade, tornou-se o principal polo de geração dessas energias, saltando de 20.000 gigawatts de capacidade instalada em 2013 para mais de 50.000 gigawatts em 2023. Bancos públicos, como BNDES, Banco do Nordeste e Finep, foram fundamentais nesse avanço, injetando R$ 146 bilhões em projetos de transição energética desde 2014.
A expansão colocou o país em posições de destaque nos rankings mundiais: o Brasil é o 6º maior produtor de energia solar e o 5º em energia eólica. Apesar do crescimento, críticos apontam desafios, como a intermitência dessas fontes, a dependência de subsídios e a necessidade de ampliar a infraestrutura de transmissão. Enquanto isso, defensores destacam que os investimentos em renováveis ainda são menores que os subsídios destinados a combustíveis fósseis, que recebem 82% dos incentivos federais, segundo dados do Inesc.
O futuro da transição energética no país depende de maior integração entre geração, transmissão e armazenamento, com bancos públicos mantendo papel central no financiamento. Projetos inovadores, como o fundo de descarbonização no Espírito Santo, e tecnologias emergentes, como biomassa e hidrogênio verde, ganham espaço. Especialistas reforçam que, para atingir metas de emissões líquidas zero até 2050, será essencial envolver o setor privado e superar gargalos como a burocracia e a falta de infraestrutura.