O governo brasileiro emitiu uma nota oficial repudiando a aprovação de 22 novos assentamentos israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado. O Itamaraty classificou a decisão como uma “flagrante ilegalidade perante o direito internacional”, citando o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça, que exige a suspensão imediata de atividades de assentamento. A medida israelense foi anunciada na quinta-feira (29) e contraria a posição histórica do Brasil pela solução de dois Estados.
Durante a convenção nacional do PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou as críticas, classificando a ação de Israel como “genocídio” contra os palestinos. Ele argumentou que o conflito vai além da busca pelo Hamas, representando uma tentativa de controle territorial sobre Gaza. Lula destacou o desequilíbrio nas forças envolvidas, afirmando que “não é uma guerra entre dois exércitos equipados”, mas um ataque a civis indefesos.
A nota do Ministério das Relações Exteriores reafirmou o apoio brasileiro a um Estado palestino independente, com fronteiras de 1967, incluindo Cisjordânia e Faixa de Gaza, e capital em Jerusalém Oriental. O Brasil também criticou as medidas unilaterais de Israel, que comprometem a coexistência pacífica entre os dois povos. O anúncio dos assentamentos foi feito por um ministro israelense conhecido por defender a soberania do país sobre a região.