Após uma sessão marcada por forte volatilidade, os principais índices acionários de Nova York encerraram o pregão desta segunda-feira, 23, em alta, em meio à crescente tensão geopolítica no Oriente Médio. O Dow Jones subiu 0,89%, aos 42.581,78 pontos; o S&P 500 avançou 0,96%, aos 6.025,17 pontos; e o Nasdaq registrou alta de 0,94%, aos 19.630,97 pontos. A instabilidade nos mercados foi impulsionada por ataques norte-americanos a instalações nucleares no Irã, seguidos por retaliações de Teerã a alvos dos Estados Unidos. No entanto, como os contra-ataques iranianos não causaram danos significativos à infraestrutura, investidores reagiram com alívio, o que ajudou a sustentar os ganhos nos índices. A queda de quase 7% no preço do petróleo, por sua vez, pressionou duramente ações de empresas do setor energético.
O conflito reacendeu temores históricos sobre a segurança do Estreito de Ormuz, rota por onde passa cerca de 25% do petróleo global. O parlamento iraniano chegou a pedir o fechamento do estreito, medida que já foi considerada em episódios anteriores, como durante a guerra Irã-Iraque em 1988. Especialistas do UBS alertaram que o bloqueio da passagem teria consequências severas para os mercados globais de energia e logística. Apesar da proposta do parlamento, a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que ainda avalia a resposta estratégica. Enquanto isso, empresas do setor de energia como Chevron e Exxon Mobil registraram quedas de 1,80% e 2,58%, respectivamente, refletindo a incerteza sobre a estabilidade do fornecimento global de petróleo. Por outro lado, ações de tecnologia, como a Tesla, subiram com força após o lançamento do serviço de robo-táxi em Austin, Texas, resultando em valorização de 8,23%.
A movimentação dos mercados diante da crise no Oriente Médio evidencia como os investidores seguem sensíveis a desdobramentos geopolíticos, especialmente quando envolvem cadeias críticas como a de energia. Se o Irã realmente optar por interferir na navegação do Estreito de Ormuz, os impactos poderão se estender por semanas, elevando a volatilidade nos preços do petróleo e exigindo novas respostas diplomáticas. Analistas observam que o atual episódio pode acelerar discussões sobre alternativas ao petróleo do Golfo e pressionar governos ocidentais a buscar soluções energéticas mais resilientes. Enquanto isso, o mercado seguirá atento a novos pronunciamentos oficiais tanto do Irã quanto dos Estados Unidos, que podem definir o rumo dos próximos pregões. Em um cenário global cada vez mais interconectado, o equilíbrio entre segurança, diplomacia e economia continuará sendo um desafio central para os líderes mundiais.