Oito pessoas morreram após a queda de um balão de ar quente que transportava 21 passageiros na manhã de sábado (21), em Praia Grande, no sul de Santa Catarina. O acidente ocorreu pouco mais de quatro minutos após a decolagem. Segundo relatos de sobreviventes e do piloto, as chamas começaram no piso do cesto e rapidamente alcançaram os cilindros de gás propano, que alimentam o sistema de propulsão do balão. A Polícia Civil ouviu testemunhas e investiga as causas do incêndio, que transformou um voo turístico em tragédia. O piloto e parte dos passageiros conseguiram saltar antes do impacto com o solo, minimizando o número de vítimas fatais.
De acordo com Marcel Cunha Batista, um dos sobreviventes, o incêndio teve início de forma súbita e se espalhou rapidamente, alimentado pelo propano armazenado nos cilindros centrais da estrutura. Em entrevista à NSC TV, ele relatou que o piloto tentou, sem sucesso, remover um dos cilindros em chamas antes de iniciar uma descida de emergência. A orientação foi para que todos pulassem quando o balão tocasse o chão. A defesa do piloto, Elves de Bem Crescêncio, afirmou que o maçarico, normalmente usado para acionar o fogo, não havia sido ligado no momento do acidente. Especialistas em segurança aérea destacam que o uso de balões turísticos exige protocolos rígidos de manutenção e operação, e que falhas em qualquer etapa podem ser fatais.
A tragédia reacende o debate sobre a regulamentação e fiscalização de voos turísticos de balão no Brasil, atividade que tem crescido em popularidade nos últimos anos, especialmente em regiões como o Vale Europeu e a Serra Catarinense. Autoridades do setor aéreo devem revisar normas de segurança e exigir mais rigor no treinamento de operadores e inspeções técnicas. A Polícia Civil ainda investiga se houve negligência ou falha técnica, e os resultados iniciais devem ser divulgados nas próximas semanas. Enquanto isso, familiares das vítimas clamam por justiça e maior controle sobre esse tipo de serviço, alertando para os riscos envolvidos na busca por experiências únicas sem garantias básicas de segurança.