A 51ª Cúpula do G7 encerrou-se nesta terça-feira (17.jun.2025) no Canadá, sem a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deixou o evento um dia antes devido à escalada do conflito entre Israel e Irã. Segundo Gunther Rudzit, doutor em ciência política e professor de Relações Internacionais da ESPM, a ausência do republicano evitou divergências públicas e contribuiu para a harmonia do fórum.
Rudzit destacou que a saída antecipada de Trump impediu que ele discordasse abertamente dos aliados, como ocorreu em edições anteriores, citando como exemplo a famosa foto de 2018 em que o então presidente foi encarado pela ex-chanceler alemã Angela Merkel. Para o especialista, o chamado ‘G6’ (bloco sem os EUA) saiu fortalecido, com maior alinhamento entre Europa, Canadá e Japão, além de países convidados como Austrália e Coreia do Sul.
O professor rejeitou a tese de que o G7 perde relevância para o G20, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, argumentando que o grupo mantém convergência de valores entre democracias capitalistas. No entanto, Rudzit reconheceu que a capacidade de resolução de conflitos do bloco é limitada, apontando os EUA como única superpotência com influência militar global. Sobre possíveis acordos comerciais pós-tarifas americanas, o especialista manteve cautela, citando a imprevisibilidade de Trump.