Na segunda-feira, 23 de junho de 2025, a Society of Family Planning (SFP) divulgou um relatório que revela um aumento significativo no número de abortos realizados nos Estados Unidos em 2024, totalizando 1,14 milhão de procedimentos. Este aumento é especialmente notável no contexto dos abortos realizados via telemedicina, que permitiram que profissionais de saúde acompanhassem a administração de medicamentos à distância. Desde a revogação de uma importante decisão da Suprema Corte em 2022, que anteriormente protegia o direito ao aborto, os estados passaram a ter autonomia para legislar sobre o tema, resultando em um aumento nos procedimentos remotos, que chegaram a 25% do total em 2024.
A mudança na legislação teve um impacto direto na forma como os abortos são realizados, com um crescimento substancial dos procedimentos via telemedicina desde 2022. Este método ganhou tração após a Suprema Corte dos EUA derrubar a ordem que garantia o direito ao aborto, transferindo a decisão para os estados. De acordo com o relatório da SFP, 50% dos abortos por telemedicina em 2024 foram amparados por leis de blindagem, que asseguram proteção jurídica aos profissionais de saúde. Especialistas apontam que essa modalidade tem crescido como uma resposta à necessidade de acesso seguro e legal ao aborto, especialmente em estados onde as restrições são mais severas.
O futuro dos abortos nos Estados Unidos parece estar cada vez mais atrelado à tecnologia e às legislações estaduais. A tendência de aumento dos procedimentos por telemedicina pode continuar, especialmente se mais estados optarem por adotar leis de blindagem. Este cenário reflete uma adaptação tanto dos profissionais de saúde quanto das pacientes às novas realidades legais e tecnológicas. No entanto, a questão do aborto continua polarizada, e futuras decisões judiciais ou mudanças políticas podem alterar drasticamente o panorama atual. À medida que esses desdobramentos ocorrem, o tema do acesso ao aborto nos Estados Unidos permanece uma questão central de debate nacional, com implicações profundas para os direitos reprodutivos e a saúde pública.