A audiência pública sobre feminicídio realizada na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) na sexta-feira (30) contou com a presença de apenas três dos trinta deputados estaduais, causando indignação entre participantes, especialmente entre as deputadas e representantes de órgãos de proteção à mulher. A delegada presente no evento destacou a frustração com a baixa representatividade feminina na casa legislativa, atribuindo o problema às escolhas eleitorais e à falta de valorização das mulheres na política. Procurada para comentar a ausência dos parlamentares, a Alepi optou por não se manifestar.
Durante o debate, foram discutidas medidas para ampliar a Rede de Proteção à Mulher no interior do estado, atualmente restrita a Teresina, Picos, São Raimundo Nonato e Floriano. O defensor público presente ressaltou a importância de implementar a Lei 14.164/2021, que prevê a discussão sobre direitos das mulheres e feminicídio nas escolas, além da integração de informações entre instituições. Participaram do evento movimentos de mulheres, órgãos de segurança, Ministério Público e representantes da OAB, entre outros.
Os números apresentados revelam um cenário alarmante: entre 2022 e 2025, 182 mulheres foram assassinadas por companheiros ou ex-companheiros no Piauí, com um aumento de 32% nos casos em 2024 em relação ao ano anterior. Até o momento, já foram registradas 19 mortes neste contexto em 2024, reforçando a urgência de políticas eficazes no combate à violência de gênero. A baixa participação dos deputados no debate foi vista como um sinal de desinteresse em enfrentar o problema.