A atriz Maria Zilda Bethlem, de 73 anos, entrou com uma ação judicial contra a TV Globo para revisar os valores recebidos pelas reprises de novelas em que atuou. O processo, protocolado em outubro de 2024, foi julgado de forma desfavorável em primeira instância, mas ainda cabe recurso. A artista participou de produções icônicas da emissora, como “Guerra dos Sexos” (1983) e “Por Amor” (1997), e questiona os termos atuais de remuneração, especialmente em plataformas digitais e canais de reprise.
A TV Globo, em sua defesa, afirmou que os contratos assinados com a atriz sempre previram a possibilidade de reexibição e que os pagamentos foram realizados conforme o acordado. A empresa apresentou documentos que comprovam o repasse de R$ 218 mil à atriz entre 2018 e 2024. No entanto, Maria Zilda argumenta que os contratos não refletem as mudanças no mercado audiovisual e defende a necessidade de novos critérios que protejam os direitos dos artistas diante da exploração comercial de obras antigas em novas tecnologias.
A atriz destacou que o processo não busca apenas valores retroativos, mas também abre um debate sobre o modelo atual de exploração de produções. Ela afirmou não temer impactos em sua relação com a emissora, já que seu vínculo profissional com a Globo está encerrado. O caso pode influenciar futuras discussões sobre remuneração de artistas em um cenário de consumo cada vez mais digital.