Um ataque de drones realizado pela Ucrânia contra bases aéreas russas na Sibéria alarmou autoridades em Moscou, revelando falhas na proteção de ativos estratégicos distantes da linha de frente. O ataque, planejado por mais de um ano, danificou bombardeiros de longo alcance utilizados pela Rússia para lançar mísseis contra a Ucrânia, incluindo modelos Tu-95, Tu-160 e Tu-22M3. Embora o Kremlin tenha minimizado os estragos, fontes próximas ao governo russo estimam que pelo menos dez aeronaves foram atingidas, enquanto Kiev afirma que o número é superior a 40.
A operação não deve alterar significativamente a capacidade militar russa, já que apenas alguns bombardeiros são necessários para manter os ataques à Ucrânia. No entanto, especialistas destacam que o episódio expôs a vulnerabilidade de uma frota considerada até então protegida, abalando a imagem de inviolabilidade do arsenal nuclear russo. Além disso, as sanções ocidentais dificultam a reposição de peças essenciais para reparar os aviões danificados, muitos dos quais dependem de componentes estrangeiros.
Analistas ressaltam que, embora o ataque não mude o curso da guerra, ele representa um golpe simbólico na estratégia de dissuasão nuclear da Rússia. A ação também demonstra a capacidade ucraniana de atingir alvos profundos em território inimigo, algo que pode influenciar a postura de aliados da Otan. Para governos europeus, a degradação desses ativos aéreos é vista como positiva, já que reduz parte da ameaça representada pelos bombardeiros estratégicos russos.