A demanda por dólares na Argentina atingiu o maior patamar desde 2019 após a flexibilização das restrições cambiais no país. Em abril, cerca de um milhão de argentinos compraram um total líquido de US$ 1,9 bilhão, segundo dados do banco central, um salto significativo em comparação com março, quando apenas 34 mil pessoas adquiriram US$ 6 milhões. A mudança ocorreu após a eliminação de limites para compras de moeda estrangeira, medida que faz parte de um pacote de reformas econômicas apoiado por um financiamento do Fundo Monetário Internacional.
Cerca de metade dos dólares adquiridos permaneceu no sistema bancário local, com depósitos aumentando em US$ 1 bilhão. A decisão de acabar com os controles cambiais, conhecidos como “el cepo”, foi vista como uma jogada arriscada, especialmente em um ano eleitoral, com eleições legislativas marcadas para outubro. Analistas destacam que a demanda por dólares tende a crescer em períodos eleitorais, um padrão observado nas últimas décadas no país.
Especialistas avaliam que os números de abril não são surpreendentes, considerando ser o primeiro mês sem restrições. No entanto, alertam que a demanda pode aumentar ainda mais conforme as eleições se aproximam. Dados futuros, como os de maio, serão essenciais para entender se o mercado se estabilizará ou se a procura pela moeda americana continuará em alta. O cenário reflete os desafios econômicos persistentes enfrentados pelo país.