Desde 2019, aposentados e pensionistas do INSS têm sido alvo de débitos automáticos suspeitos em suas contas bancárias. Inicialmente associados a mensalidades de entidades investigadas, os descontos agora revelam um esquema mais complexo, envolvendo seguradoras, empresas financeiras e clubes de benefícios. Em muitos casos, não há comprovação de contratação dos serviços, e assinaturas em documentos apresentam irregularidades, impactando até 25% do salário mínimo recebido pelos beneficiários.
A investigação identificou três grupos empresariais responsáveis por mais de 54 mil processos judiciais em todo o país. Entre os padrões comuns estão a falta de documentos que comprovem a adesão dos clientes e a emissão de apólices em cidades diferentes daquelas onde os beneficiários residem. Além disso, há indícios de acesso irregular a dados bancários, levantando questões sobre a segurança dos sistemas de débito automático utilizados pelos bancos.
Autoridades regulatórias, como a Susep, ainda não aplicaram medidas restritivas contra as empresas envolvidas, apesar das evidências de irregularidades. Enquanto isso, os bancos afirmam seguir as normas do Banco Central e negam práticas abusivas. Sem fiscalização eficiente, os aposentados continuam vulneráveis a descontos indevidos, que comprometem sua renda e subsistência.