Decisão reflete desaceleração dos custos e expectativas do mercado
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou um reajuste anual de até 6,06% para planos de saúde individuais e familiares no Brasil, válido de maio de 2023 a abril de 2026. A decisão não surpreendeu analistas, que consideram o percentual alinhado às expectativas do mercado e à desaceleração dos custos assistenciais. O Itaú BBA e o Goldman Sachs destacam que o índice está dentro da faixa projetada de 6% a 7%, sendo inferior ao reajuste autorizado no ano anterior, que foi de 6,91%.
Os especialistas atribuem essa redução à recuperação da rentabilidade das operadoras após períodos de alta pressão sobre custos, especialmente após os impactos da pandemia. O Goldman Sachs explica que o cálculo do reajuste combina o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA), que mede a variação dos custos médicos por beneficiário, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), excluindo o item saúde. Essa metodologia visa refletir com precisão os custos reais do setor.
Embora o percentual aprovado pela ANS indique uma tendência de desaceleração nos custos médicos, analistas alertam para a diferença no peso dos planos individuais nas operadoras. Na Hapvida, por exemplo, os contratos individuais representam cerca de 18% da composição total. Essa dinâmica pode influenciar as estratégias das empresas em um cenário em que a demanda por serviços de saúde continua a se ajustar após a pandemia.