O economista da XP Tiago Sbardelotto classificou como uma das decisões mais difíceis do Banco Central a definição sobre a manutenção ou aumento da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (18). Durante participação no programa Morning Call da XP, ele destacou que os dados econômicos recentes apresentam mensagens ambíguas, com atividade forte em emprego, varejo e serviços, mas inflação desancorada e expectativas acima da meta.
Sbardelotto apontou que, no curto prazo, a inflação mostra números melhores que o esperado, impulsionados por bens industrializados e câmbio favorável. No entanto, ao inserir esses indicadores no modelo do BC, os resultados indicam inflação de 4,8% em 2024 e 3,6% em 2025, acima da meta. A comunicação do BC, com declarações divergentes de Galípolo e diretores, também contribui para a indefinição.
O economista avalia que, considerando os efeitos defasados da política monetária, a manutenção da Selic em 14,75% seria a decisão mais provável, mas não descarta alta de 0,25 ponto percentual. Ele projeta que o Copom manterá os juros até o primeiro trimestre de 2026, com cortes apenas no segundo semestre do próximo ano, diante do cenário fiscal expansionista e inflação desancorada.