O cardeal americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi anunciado como o novo Papa nesta quarta-feira (15), em cerimônia no Vaticano, tornando-se o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos. Sua escolha surpreendeu analistas, já que não figurava entre os favoritos ao cargo. Prevost, que adotou o nome de Leão XIV, possui forte ligação com a América Latina, inclusive com cidadania peruana, e indica em seus primeiros discursos continuidade à linha progressista do falecido Papa Francisco.
José Antonio Mangoni, professor de Ciências da Religião da Universidade do Estado do Pará (Uepa), destaca que a eleição de Prevost rompeu com expectativas tradicionais, atribuindo o fato à sua trajetória pastoral multicultural e ao momento de transformação na Igreja. ‘Sua atuação na América Latina, onde liderou dioceses em regiões periféricas, pode ter sido decisiva para os votos dos cardeais’, analisou Mangoni em entrevista à imprensa.
Especialistas apontam que o novo Papa herdará desafios como a reforma da Cúria Romana, a crise de abusos sexuais e o diálogo com setores conservadores. Prevost, conhecido por discursos conciliadores durante seu trabalho missionário no Peru, declarou em seu primeiro pronunciamento: ‘Minha missão será escutar todas as vozes da Igreja’. Observadores aguardam sua posse, marcada para 1º de junho na Basílica de São Pedro.