Especialistas debateram em um programa de TV o fenômeno do apego emocional a objetos inanimados, como os bebês reborn — bonecos hiper-realistas que simulam crianças. A psicóloga perinatal Marcela Garrote destacou que essa relação pode indicar uma busca pelo “bebê idealizado”, distante das frustrações da maternidade real. Ela alertou para a importância de lidar com as expectativas e frustrações inerentes à vida, em vez de substituí-las por objetos controláveis.
O psicólogo Fernando Gobbato ressaltou o papel das redes sociais e do capitalismo no crescimento desse comportamento, que pode levar ao isolamento e à perda de habilidades sociais. Citando o livro “A Sociedade do Espetáculo”, ele explicou como o consumo de experiências artificiais pode substituir relações humanas autênticas, gerando riscos à saúde mental. Casos extremos, como o de uma mulher que buscou licença-maternidade para um bebê reborn, ilustram como a fronteira entre realidade e fantasia pode se dissolver.
Os especialistas também discutiram o futuro dessas interações, especialmente com o avanço da inteligência artificial, que pode tornar os objetos ainda mais realistas e atraentes. Eles defenderam a necessidade de políticas públicas voltadas para a saúde mental, incluindo acompanhamento psicológico acessível. A mensagem final foi clara: nada substitui o vínculo humano, e é essencial equilibrar as expectativas individuais com a realidade das relações.