A Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) divulgou nesta semana imagens de trotes violentos e humilhantes aplicados a calouros da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP). As fotos, publicadas no Informativo Adusp Online, mostram estudantes deitados de bruços no chão com as cabeças cobertas por chapéus, além de alunas ajoelhadas em situações consideradas degradantes.
Em manifesto, a Adusp classificou as práticas como ‘recorrentes’ e comparou-as a ‘atos de uma sociedade escravocrata’, criticando a omissão da universidade diante dos casos. As imagens reacenderam o debate sobre a persistência de rituais de iniciação abusivos em instituições de ensino superior, mesmo com a existência de legislação proibitiva.
Três leis estaduais de São Paulo (Leis 10.454/99, 10.725/00 e 11.393/03) vedam expressamente trotes que envolvam violência física ou psicológica, constrangimento ou humilhação. A denúncia da Adusp ocorre em um contexto de crescente pressão por medidas efetivas contra essas práticas, que frequentemente resultam em processos disciplinares e até ações judiciais contra os envolvidos.