Durante as comemorações pelos 364 anos de Santarém, no oeste do Pará, a engenheira civil Adriana Falconeri Rebelo Boy foi homenageada com a Medalha Padre João Felipe Bettendorf, a mais alta condecoração concedida pelo município. A cerimônia solene ocorreu neste domingo (22), na Casa da Cultura, e reconheceu personalidades que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento local. Além de Adriana, também foram agraciados Coronel Celso Piquet Júnior, Edno Cortezia, Edilena Cristina Teixeira, Carlos Williams de Almeida e Maria José Maia. A premiação destacou a relevância dos homenageados em suas áreas de atuação, fortalecendo o vínculo entre a cidade e seus cidadãos ilustres.
Natural de Santarém, Adriana construiu uma trajetória marcada pela dedicação à cidade desde a infância. Iniciou seus estudos musicais aos seis anos na Fundação Carlos Gomes e, aos onze, ingressou na Filarmônica Municipal Professor José Agostinho, onde atuou por 18 anos como flautista e flautinista. Também integrou a seleção local de basquete, demonstrando seu comprometimento com a vida cultural e esportiva do município. Na engenharia, sua carreira culminou na histórica eleição à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA), tornando-se a primeira mulher e a primeira representante do oeste do estado a ocupar o cargo em 91 anos. Em 2023, foi reeleita com 84,16% dos votos, a maior votação registrada na eleição regional, consolidando sua liderança e prestígio entre os profissionais da área.
A homenagem a Adriana reflete não apenas seu legado individual, mas também uma tendência crescente de valorização de lideranças femininas e regionais em instituições historicamente centralizadas. Sua trajetória inspira novas gerações de mulheres do interior do estado a buscar protagonismo em áreas técnicas e de gestão pública. Segundo autoridades locais, a Medalha Bettendorf simboliza o reconhecimento de um modelo de cidadania ativa e comprometida com o desenvolvimento sustentável da região. Nos próximos anos, espera-se que a atuação de Adriana no CREA-PA contribua para ampliar a presença institucional da entidade no oeste do Pará, promovendo maior inclusão e descentralização. Em tempos de transformação social, sua história oferece um exemplo poderoso de como raízes locais podem gerar impactos de alcance estadual e duradouro.