As ações da Starbucks registraram alta de 1,8% no pregão estendido desta segunda-feira (23), após reportagem da Caixin Global revelar que a empresa avalia vender integralmente suas operações na China. A informação, baseada em fontes próximas ao assunto, aponta que a rede de cafeterias norte-americana iniciou conversas preliminares com mais de uma dúzia de potenciais compradores. Entre os interessados estariam fundos de private equity como Hillhouse Capital Group, FountainVest Partners e Trustar Capital. A movimentação ocorre em um momento de crescente competição no mercado chinês. A Starbucks, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o tema.
A possível saída da Starbucks da China marca uma reviravolta estratégica relevante, considerando que o país é seu segundo maior mercado global. A expansão agressiva da empresa nos últimos anos enfrentou obstáculos, como a ascensão de concorrentes locais, mudanças no comportamento do consumidor e desafios regulatórios. Analistas apontam que a venda pode sinalizar uma reestruturação mais ampla da presença internacional da marca, possivelmente em resposta à desaceleração econômica chinesa e tensões geopolíticas com os Estados Unidos. “Há uma pressão crescente para reduzir riscos em mercados considerados voláteis”, disse Mei Lin, analista de mercado da EastBridge Capital. A transação, caso se concretize, poderá redefinir o equilíbrio de forças no setor de cafeterias premium na Ásia.
Especialistas em investimentos observam que o interesse de fundos como Hillhouse e FountainVest sugere confiança no potencial de longo prazo do mercado chinês, mesmo sem a presença da Starbucks. O movimento também reflete uma tendência crescente de multinacionais ocidentais revisarem suas estratégias na China diante de incertezas regulatórias e mudanças geopolíticas. Caso avance, a venda poderá influenciar outras empresas globais a reavaliar sua exposição no país. Investidores e concorrentes seguirão atentos aos desdobramentos, enquanto o setor observa como marcas ocidentais buscam se adaptar a um cenário global em rápida transformação. O futuro da Starbucks na Ásia, portanto, pode ser um termômetro de ajustes mais amplos no comércio internacional.