O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nesta semana que 62% da população quilombola reside em zonas rurais, enquanto 38% estão em áreas urbanas. Os dados, coletados durante o Censo Demográfico 2022, mostram um contraste com a distribuição geral da população brasileira, onde 87% vivem no campo, e até com os indígenas, que já possuem maioria urbana.
Segundo a pesquisa, o Brasil possui 1.330.186 quilombolas, sendo o Quilombo Kalunga, no nordeste de Goiás, um dos exemplos dessa distribuição. A pesquisadora do IBGE Marta de Oliveira Antunes destaca que o padrão está diretamente ligado ao processo histórico de escravização, que forçou comunidades a se estabelecerem em regiões remotas.
A análise também aponta que, mesmo entre grupos tradicionais, os quilombolas apresentam o maior índice de ruralidade. Dirani Francisco Maia, moradora do Quilombo Kalunga, exemplifica a permanência dessas comunidades em territórios herdados de seus ancestrais, mantendo práticas culturais e modos de vida característicos.