O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nesta quinta-feira (15) que 62% da população quilombola do país reside em áreas rurais, enquanto 38% vivem em zonas urbanas. Os dados, coletados durante o Censo Demográfico 2022, mostram um contraste com a distribuição da população geral, onde 87% estão no campo, e até com os indígenas, que já possuem maioria urbana.
Segundo a pesquisa, o Brasil possui 1.330.186 quilombolas, sendo 824.715 em situação rural e 505.471 em áreas urbanas. A pesquisadora do IBGE Marta de Oliveira Antunes destaca que esse padrão está diretamente relacionado ao histórico de escravização e à formação dos quilombos como espaços de resistência e preservação cultural. “Essa distribuição reflete processos históricos de exclusão territorial”, explicou.
Como exemplo, o IBGE citou o Quilombo Kalunga, no nordeste de Goiás, onde a comunidade mantém tradições ancestrais em seu território original. A moradora Dirani Francisco Maia representa essa realidade, comum em diversas regiões do país. O estudo também aponta que, enquanto a população rural geral diminui, entre quilombolas essa proporção se mantém elevada, indicando diferentes dinâmicas de ocupação do espaço.