O Ibovespa recuperou-se das perdas iniciais nesta sexta-feira (23), fechando em alta de 0,11%, aos 137.429,58 pontos, após um dia marcado por incertezas fiscais no Brasil. O governo recuou na decisão de taxar fundos de investimento no exterior com alíquota de 3,5%, diante da pressão do mercado, mas a cautela dos investidores persiste devido às discussões sobre contingenciamento e ajustes fiscais. Além disso, o anúncio de um aumento do IOF para operações como crédito empresarial e cartões internacionais, que entrou em vigor no mesmo dia, gerou reações negativas, embora parte do mercado tenha visto o recuo como um sinal positivo de flexibilidade.
O ministro da Fazenda buscou acalmar os ânimos em entrevista, afirmando que o aumento do IOF não reflete uma estratégia de ajuste fiscal baseada apenas em receitas. Especialistas destacaram que a medida arrecadará cerca de R$ 20 bilhões, mas criticaram a forma como foi comunicada, gerando desconfiança. Paralelamente, o mercado externo também pesou no humor dos investidores, com tensões comerciais entre EUA e União Europeia, após o presidente Donald Trump sugerir tarifas de 50% sobre produtos europeus.
Apesar da volatilidade, o Ibovespa conseguiu reverter parte da queda acumulada na semana, que chega a quase 2%. Analistas ressaltam que o recuo do governo em medidas polêmicas pode sinalizar maior abertura ao diálogo, mas o clima de incerteza fiscal ainda preocupa. O dia terminou com um alívio técnico, porém a agenda econômica continua no centro das atenções.