As ações do GPA (PCAR3) caíram mais de 20% nesta terça-feira (6), em meio a forte volatilidade e notícias sobre mudanças no conselho de administração. O investidor Rafael Ferri reduziu sua participação na empresa para abaixo de 5%, alegando motivos estritamente financeiros, enquanto o fundo Saint German, ligado a Nelson Tanure, elegeu um membro independente para o conselho. Ferri afirmou que o GPA está subvalorizado, mas a incerteza sobre a gestão e o cenário desafiador do varejo pesaram no mercado.
O GPA divulgou um prejuízo líquido de R$ 169 milhões no primeiro trimestre, 74% menor que no ano anterior, mas ainda abaixo das expectativas de analistas. A receita líquida cresceu 3,9%, e a margem Ebitda ajustada melhorou 9,9%, impulsionada por ajustes operacionais e receitas de mídia. No entanto, despesas com reestruturação e fechamento de lojas impactaram os resultados, enquanto as vendas mesmas lojas (SSS) avançaram 7,3%, ajustadas por efeitos de calendário, com desempenho desigual entre os formatos da rede.
Analistas destacam que o GPA se beneficia de um ambiente competitivo favorável, com dificuldades enfrentadas por concorrentes, mas preocupações com endividamento e contingências limitam o otimismo. Recomendações variam entre “neutro” e “underperform”, refletindo incertezas sobre a governança e a capacidade da empresa de sustentar a recuperação. A atenção agora se volta para a atuação do novo conselho e a execução estratégica em um setor ainda sob pressão.