Uma operação conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho (MPT), resgatou duas vítimas mantidas em condições análogas à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro. As vítimas, uma mulher de 29 anos e um homem de 32, foram aliciadas por meio de promessas de trabalho, moradia e oportunidades de estudo. Durante o período em que estiveram sob custódia dos suspeitos, foram submetidas a violências físicas, psicológicas e humilhações, incluindo a marcação do homem com tatuagens das iniciais dos patrões como símbolo de posse.
A mulher relatou ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) devido ao estresse e às pressões constantes, deixando sequelas permanentes. Já o homem, que permaneceu nove anos em cárcere privado, enfrentou agressões brutais, incluindo fraturas nos braços e tentativa de suicídio. Os suspeitos, que mantinham uma instituição de ensino na região, foram presos em flagrante e responderão por tráfico de pessoas e exploração de trabalho escravo. As vítimas recebem assistência médica e psicológica em instituições parceiras.
A ação judicial movida pelo MPT busca indenizações de R$ 1,3 milhão para o homem e R$ 2 milhões por danos morais coletivos. O caso veio à tona após denúncia anônima ao Disque 100, revelando uma rede que recrutava pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade. As investigações destacam a gravidade dos crimes e a necessidade de fortalecer mecanismos de proteção a vítimas de exploração laboral.