Neste domingo (25), os venezuelanos participam de eleições para escolher deputados da Assembleia Nacional, governadores e representantes dos legislativos estaduais. O pleito ocorre em um contexto de crise política e social, com o governo aproveitando o nacionalismo em torno da disputa pelo território de Essequibo, reivindicado pela Venezuela mas sob soberania da Guiana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, organizou votos simbólicos para eleger um governador e legisladores para a região, apesar da falta de reconhecimento internacional.
A oposição está dividida entre boicotar o processo, considerado uma “farsa” por alguns líderes, e participar para tentar influenciar o cenário político. Denúncias de irregularidades, como a falta de cédulas eleitorais e tempo limitado para campanhas, aumentam as críticas. Enquanto isso, o partido governista se mobiliza em todos os estados, acusando grupos opositores de planejar ataques para sabotar as eleições — alegações não comprovadas.
A apatia dos eleitores é um dos maiores desafios, com pesquisas indicando abstenção recorde, potencialmente superior a 80%. Nas últimas eleições parlamentares, em 2020, a abstenção foi de 70%, com o partido no poder conquistando a maioria esmagadora das cadeiras. O pleito atual reflete a polarização e a desconfiança no sistema eleitoral, enquanto a crise econômica e social continua a pressionar o país.