Neste domingo (25), os venezuelanos votam para escolher novos governadores, deputados estaduais e federais, em um pleito que reacende a polarização entre o governo e a oposição. Enquanto o presidente Nicolás Maduro liderou comícios e busca eleger seu filho como deputado, a oposição, liderada por María Corina Machado, pede o boicote às urnas. A estratégia oposicionista argumenta que a participação legitimaria um regime considerado autoritário, refletindo o descontentamento de parte da população com o sistema eleitoral.
Pesquisas indicam que apenas 15,9% dos eleitores estão altamente propensos a votar, com a maioria apoiando o partido governista PSUV. A oposição, por sua vez, tenta capitalizar o desencanto pós-eleições presidenciais de 2024, quando alegou vitória não reconhecida. Analistas divergem sobre o impacto do boicote: alguns veem risco de isolamento político da oposição, enquanto outros destacam o crescente ceticismo popular quanto à eficácia do voto.
O pleito ocorre sob a supervisão do Conselho Nacional Eleitoral, alinhado ao governo, que removeu o código QR das cédulas de apuração — ferramenta usada pela oposição para contestar resultados anteriores. Enquanto Machado conduz sua campanha pelas redes sociais para evitar prisão, o clima de tensão persiste, com relatos de detenções de opositores. A eleição também inclui, pela primeira vez, a disputa pelo governo de Essequibo, região reivindicada pela Venezuela.