As eleições legislativas e regionais na Venezuela, realizadas no domingo (25.mai.2025), foram marcadas por um significativo boicote da oposição ao governo atual. Enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que 42,63% do eleitorado participou, líderes opositores e plataformas independentes contestaram os números, alegando uma abstenção superior a 85%. Imagens de centros de votação vazios circularam nas redes sociais, reforçando as críticas sobre a falta de confiança no sistema eleitoral.
A oposição destacou a desobediência civil como um ato de rejeição ao governo, com líderes afirmando que os venezuelanos “derrotaram o regime” ao não comparecerem às urnas. O CNE, por sua vez, divulgou resultados preliminares indicando vitória esmagadora da aliança governista, com mais de 80% dos votos. Analistas questionaram a transparência dos dados, lembrando que, assim como na eleição presidencial de 2024, os resultados não foram auditáveis.
O pleito elegeu 285 deputados nacionais e 24 governadores estaduais, incluindo representantes da região do Essequibo, disputada com a Guiana. O clima político permanece tenso, com acusações de tentativas de desestabilização e suspensão de voos da Colômbia. A polarização e a descrença no processo eleitoral continuam a dominar o cenário venezuelano, com poucas perspectivas de reconciliação no curto prazo.