O próximo papa deve ser uma figura de consenso, capaz de reconciliar as divisões geradas durante o pontificado de Francisco, segundo o vaticanista italiano Marco Politi. Em entrevista à AFP, Politi destacou que o conclave atual é o mais desafiador em 50 anos, marcado por forte polarização e pela inexperiência de muitos cardeais eleitores, que não se conhecem bem e têm dificuldades com a estrutura central da Igreja. A necessidade de um líder que una as diferentes correntes, sem repetir o estilo impulsivo de Francisco, é vista como prioritária.
Entre os principais desafios do próximo pontificado estão a restauração de um sistema de trabalho colegiado, a promoção da colegialidade entre os cardeais e a decisão sobre o futuro do Sínodo iniciado por Francisco, que inclui temas como o papel das mulheres na Igreja. Politi ressaltou que o novo papa precisará ter carisma e capacidade de revitalizar a Igreja, enfrentando a crise de vocações e a estagnação nas estruturas diocesanas e paroquiais.
A eleição pode surpreender, já que não há um candidato conservador claro com apelo suficiente para unir as alas da Igreja. Apesar das especulações sobre um conclave rápido, Politi vê isso como uma tentativa de evitar a exposição das divisões internas. O cenário sugere um pontificado mais cauteloso e diplomático, em contraste com a abordagem disruptiva de Francisco.