A vacinação em larga escala de animais pode ser uma ferramenta eficaz para conter a disseminação de doenças como a gripe aviária, proteger a saúde pública e manter o fluxo do comércio global, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, enfrenta desafios após confirmar seu primeiro caso em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que levou vários países a suspenderem importações. A OMSA destacou que, embora a vacinação possa reduzir surtos, sua implementação exige cuidados para evitar restrições comerciais, já que alguns países temem que a doença possa circular sem detecção.
A gripe aviária causou prejuízos bilionários nas últimas décadas, com mais de 633 milhões de aves perdidas e impactos em cadeias de abastecimento globais. Recentemente, a doença também atingiu mamíferos, como vacas leiteiras nos EUA, e infectou humanos, aumentando preocupações sobre uma possível pandemia. Enquanto o Brasil aguarda autorização para testar uma vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em humanos, países como a França demonstraram sucesso ao reduzir surtos com campanhas de imunização, o que levou à flexibilização de embargos por parte de EUA e Canadá.
A OMSA trabalha em padrões globais para diferenciar animais vacinados dos infectados, facilitando o comércio sem riscos. A entidade ressaltou que a vacinação já ajudou a erradicar doenças como a peste bovina, mas sua aplicação em aves de ciclo curto, como frangos de corte, ainda é limitada. O debate sobre a vacinação ganha urgência diante dos impactos econômicos e sanitários da gripe aviária, destacando a necessidade de soluções equilibradas entre saúde animal e comércio internacional.