O ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica faleceu na terça-feira (13), aos 89 anos, após lutar contra um câncer no esôfago. Sua morte mobilizou lideranças e cidadãos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ajustou sua agenda para comparecer ao velório em Montevidéu. Lula, que havia retornado de uma viagem à China, destacou a grandeza humana de Mujica, lembrando sua influência além das fronteiras do Uruguai e seu legado como exemplo de combinação entre luta política e humanidade.
O velório ocorreu no Palácio Legislativo, com milhares de pessoas prestigiando o ex-presidente. O corpo de Mujica será cremado, e suas cinzas serão depositadas em sua propriedade rural, conforme seu desejo de uma cerimônia simples. A despedida incluiu um cortejo militar pelas ruas da capital, simbolizando o reconhecimento nacional a uma figura que marcou a política uruguaia com reformas progressistas e um estilo de vida humilde.
Mujica, que completaria 90 anos em maio, governou o Uruguai entre 2010 e 2015, deixando um legado em políticas sociais e ambientais. Ex-guerrilheiro, ele sobreviveu a prisões e torturas durante a ditadura antes de se tornar um líder institucional. Sua trajetória, aliada a uma imagem de simplicidade — como dirigir um Fusca antigo —, o transformou em um ícone da esquerda latino-americana.