Um esquema de investimento em gado no Uruguai, que prometia retornos fixos em dólares, desmoronou, deixando centenas de investidores sem acesso a seus animais ou ao dinheiro aplicado. O caso, que envolve três empresas e perdas estimadas em US$ 350 milhões, abalou o país, conhecido por seu sistema de rastreamento bovino exemplar. Investidores, incluindo profissionais urbanos e aposentados, descobriram que as vacas que supostamente possuíam não existiam ou não podiam ser localizadas, revelando um rombo de cerca de 700 mil cabeças de gado “fantasmas”.
O escândalo veio à tona no final de 2023, quando uma das empresas envolvidas admitiu não conseguir honrar os pagamentos aos investidores, atribuindo o problema a secas e condições de mercado adversas. A situação piorou com a morte de um dos responsáveis pelo esquema, levando a investigações por fraude e lavagem de dinheiro. Um inventário recente apontou que apenas 10% do gado declarado por uma das empresas realmente existia, exacerbando a crise de confiança no setor.
Esquemas semelhantes de investimento em gado são comuns na América do Sul, muitos deles legítimos, mas o caso uruguaio expôs falhas graves na fiscalização. Autoridades locais ainda investigam o ocorrido, enquanto afetados buscam recuperar suas economias. O episódio também chamou a atenção de países vizinhos, como Argentina e Brasil, que haviam admirado o modelo de rastreamento uruguaio, agora questionado.