Milhares de uruguaios e autoridades internacionais se reuniram no Palácio Legislativo em Montevidéu para homenagear o ex-presidente José Mujica, falecido nesta semana. Durante dois dias, cerca de 100 mil pessoas compareceram ao velório, onde cantores entoaram músicas tradicionais e o público vibrou com gritos de “Pepe, Pepe!”. Personalidades como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chileno Gabriel Boric destacaram a generosidade e o legado político de Mujica, lembrando sua capacidade de superar adversidades sem rancor.
O velório também contou com homenagens literárias, como o poema do escritor Mauricio Rosencof, que evocou a resistência e a cumplicidade entre os dois durante o período em que estiveram presos. O presidente uruguaio Yamandú Orsi registrou no livro de condolências a “permanente generosidade” de Mujica, enfatizando seu exemplo de simplicidade e empatia. Quarenta delegações diplomáticas e ex-presidentes uruguaios prestaram suas respeitos, unindo-se ao luto nacional decretado por três dias.
Mujica será cremado em uma cerimônia íntima em sua fazenda, e suas cinzas serão espalhadas ao lado de sua cadela Manuela, conforme seu desejo. As homenagens reforçaram a crença de que seu legado político, marcado pela união e respeito às diferenças, continuará a inspirar futuras gerações. A despedida foi um testemunho do profundo impacto que Mujica teve não apenas no Uruguai, mas em toda a América Latina.