Há um ano, o Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública após chuvas sem precedentes que resultaram nas piores enchentes já registradas no estado. O desastre afetou 478 dos 497 municípios gaúchos, deixando 184 mortos, 806 feridos e 25 desaparecidos. Cerca de 2,4 milhões de pessoas foram impactadas, com quase 200 mil desalojadas ou desabrigadas. Uma grande mobilização nacional, incluindo forças de resgate, voluntários e doações, foi necessária para enfrentar a crise, enquanto governos federal e estadual liberaram auxílios emergenciais e suspenderam dívidas para mitigar os danos socioeconômicos.
Apesar dos avanços, muitos desafios persistem. Embora 94% das estradas danificadas tenham sido liberadas, milhares de famílias ainda aguardam soluções definitivas para a perda de suas casas, com estimativas apontando a necessidade de até 22 mil moradias. Programas como a Compra Assistida e a construção de abrigos temporários ganharam ritmo, mas a infraestrutura de prevenção contra novas tragédias ainda está atrasada devido a impasses em projetos e coordenação entre governos.
O processo de reconstrução completa deve levar anos, enquanto o estado tenta retomar a normalidade. Histórias de resiliência contrastam com a realidade de quem ainda vive em abrigos, destacando a longa jornada pela frente. Com investimentos bilionários e um crescimento econômico acima da média nacional em 2024, o Rio Grande do Sul busca recuperar-se, mas a ameaça de futuros eventos climáticos exige ações urgentes e coordenadas.