Um ano após as chuvas devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, produtores rurais ainda enfrentam desafios para reconstruir suas vidas e propriedades. Muitos agricultores, como os da região metropolitana de Porto Alegre, perderam casas, máquinas e lavouras, ficando sem recursos até para sobreviver. Em Eldorado do Sul, um agricultor relata viver em um galpão improvisado, enquanto tenta recuperar sua plantação de arroz com equipamentos danificados pela enchente.
Além das perdas materiais, as sequelas psicológicas persistem, como no caso de um casal de Muçum que desenvolveu ansiedade e síndrome pós-traumática após o desastre. Eles descrevem o rio como uma fonte de pavor, simbolizando o trauma que ainda os assombra. Outros produtores, pressionados por dívidas, tiveram que vender suas terras a preços muito abaixo do valor de mercado, como um casal de Arroio do Meio que trocou uma propriedade de 11 hectares por um apartamento pequeno.
Apesar das dificuldades, muitos agricultores buscam seguir em frente, seja encontrando novas ocupações ou assumindo cargos públicos ligados à agricultura. No entanto, a reconstrução permanece lenta, com histórias que refletem tanto a resiliência quanto o custo humano de uma das piores catástrofes climáticas da história do estado.