Um ano após a pior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, produtores rurais ainda enfrentam desafios para recuperar suas lavouras e vidas. Na região metropolitana de Porto Alegre, agricultores como um morador de Eldorado do Sul perderam casas e equipamentos, sem recursos para substituí-los. Máquinas avariadas pelas enchentes e dívidas acumuladas deixam muitos sem perspectivas de retomar a produção, enquanto vivem em condições precárias.
Além das perdas materiais, as sequelas psicológicas persistem. Em Muçum, um casal de agricultores relata pavor ao olhar para o rio e sintomas de ansiedade pós-traumática, após perder animais e plantações. A sensação de desamparo é comum entre quem tenta permanecer no campo, enfrentando memórias do desastre e incertezas sobre o futuro.
Outros, como um casal de Arroio do Meio, foram obrigados a vender suas terras a preços baixos para quitar dívidas, trocando a vida no campo por apartamentos pequenos e empregos urbanos. Apesar da mudança, muitos ainda carregam o amor pela roça, enquanto comunidades rurais lutam para não desaparecer diante da adversidade.