Um empresário turco-brasileiro foi preso em São Paulo no dia 30 de abril a pedido do governo da Turquia, que o acusa de integrar uma organização considerada terrorista pelo país. A defesa do homem, naturalizado brasileiro desde 2012, alega perseguição política e entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para revogar sua prisão preventiva, decretada para fins de extradição. O caso será analisado nos próximos dias, enquanto o advogado argumenta que seu cliente não pode ser extraditado por ser cidadão brasileiro e não representar risco de fuga, já que vive no Brasil há mais de 20 anos, onde tem família e negócios.
O empresário, professor e tradutor juramentado, é conhecido por seu trabalho em promover o diálogo intercultural e religioso. Sua defesa sustenta que as acusações turcas são motivadas por sua oposição ao governo local e sua ligação passada com um movimento islâmico liderado por um clérigo exilado, considerado inimigo do Estado turco após um suposto golpe em 2016. O STF já rejeitou pedidos semelhantes no passado, e a expectativa é que o caso siga o mesmo caminho.
O ministro Flávio Dino, do STF, autorizou a prisão com base na Lei de Migração, afirmando que os requisitos legais para a extradição foram cumpridos, incluindo a dupla tipicidade do crime. No entanto, a defesa contesta, alegando que as acusações são posteriores à naturalização do empresário e que a Turquia estaria usando o processo de forma abusiva para perseguir opositores no exterior. O caso reacende o debate sobre a cooperação internacional em extradições envolvendo acusações políticas.